segunda-feira, 1 de junho de 2009

Entrevista - Luís Paulo: “O skate está vivo mas falta-lhe organização”


Arrancou este ano o 1º Campeonato Nacional de Street Skate, circuito homologado pela Federação Portuguesa de Surf e que tem como um dos principais impulsionadores Luís Paulo, um veterano da modalidade e personagem incontornável quando se fala de skate em Portugal.

SurfingPortugal - Aguardam-se várias novidades para este ano no que diz respeito ao skate, nomeadamente a realização de um circuito nacional homologado pela Federação Portuguesa de Surf. Quais as expectativas?
Luís Paulo - As expectativas são boas e pretendemos realizar cinco provas de provas de street skate, bem como apoiar as categorias mais jovens até aos Sub-16. Assim, com este evento esperamos que jovens praticantes continuem motivados nesta modalidade.
Pela primeira vez, a FPS Homologou este circuito da APSK8 como Campeonato Nacional Street Skate Sub-16. O principal objectivo passa por dar a conhecer que, se os atletas se federarem, a modalidade caminhará num sentido correcto para que todos reconheçam o Skateboard como um desporto organizado na nossa sociedade. Devemos crescer federados para que a Federação e o I.D.P. observem e vejam o número elevado de jovens praticantes no Skate. É certo que, depois, terão de nos apoiar e oferecer as mesmas condições que outros desportos .

SurfingPortugal - Este será o 1ª Circuito Nacional de Skate. É um projecto com continuidade?
L.P. - Nesta categoria sim, é certamente, e vamos fazer tudo para que tenha continuidade. É este o nosso objectivo futuro.

SurfingPortugal - Qual é a estrutura do circuito (calendários, organização, regulamentos, juízes, apoios, prémios, etc...)?
L.P. - O Circuito conta com cinco provas! Uma foi realizada no mês de Março e as outras serão em Abril, Maio e a última termina no mês de Junho. A organização é dirigida por Skaters mais experientes (Old School) e familiares de alguns participantes, todos associados a APSK8. Os regulamentos e as categorias da competição seguem a base e o princípio do regulamento da Federação Portuguesa de Surf já aprovado pelo IDP. Certamente que no regulamento constam algumas alterações adaptadas à modalidade Skate. Quanto aos juizes de prova, estamos a desenvolver um regulamento também com base nos regulamento da F.P.S. com algumas alterações adaptadas ao Skate. Relativamente aos apoios, algumas câmaras locais reconhecem o sucesso deste evento e vão oferecendo condições para que juntos tornemos este circuito uma realidade. Os patrocinadores felizmente têm vindo a acreditar neste projecto em anos anteriores, e continuam ao nosso lado apoiando-nos. Sempre sabendo que o retorno de trabalhar connosco é positivo para as marcas.

SurfingPortugal - Como avalias, no geral, a prática do skate em Portugal?
L.P. - A modalidade encontra-se viva, mas falta-lhe organização a nível desportivo! Se os praticantes beneficiarem das condições que outras modalidades amadoras têm, de certeza que teremos muito mais força e motivação para estar nele.

SurfingPortugal - Que evoluções tens vindo a registar no universo do skate tanto a nível nacional, como internacional?
L.P. - A nível nacional observo uma evolução equilibrada, com isto quero dizer que há um maior número de skate shops para apoiar os praticantes. Noto uma maior sensibilidade ao nível de Câmaras Municipais na construção de pistas de betão, e há um maior número de provas organizadas por diversas entidades e apoiadas por marcas. Através dos media, o skate já nos entra pela casa por dois canais de TV, alternadamente com outros desportos "irmãos". Temos uma revista de skate que felizmente tem sobrevivido, ao contrário de outras, bem como temos diversos sites nacionais a abordar esta modalidade. Tudo isto faz com que os skaters sintam-se observados e apoiados para que evoluam regularmente
A nível mundial, sinto que o skate vai dar o seu maior salto como modalidade. As maiores cadeias de TV do mundo estão interessados neste desporto, esperam estas que o Skate se organize melhor para poderem trabalhar em conjunto. Sabemos que o elevadíssimo número de audiências faz com que grandes marcas estejam interessados em investir.

SurfingPortugal - Consideras que, hoje em dia, o skate é levado mais a sério? Porquê?
L.P. - Sim, claro! É uma modalidade reconhecida e que todos sabem ter ganho o seu respeito e o seu espaço, tanto a nível nacional como internacional. Temos o exemplo de atletas que conseguiram o estatuto de profissionais! Este é um bom motivo para se levar a sério esta maravilhosa modalidade.

SurfingPortugal - O que tem faltado para que o skate se afirme enquanto modalidade?
L.P. - Os skaters mais experientes deviam criar clubes locais e apoiar o skate local. Nos campeonatos, os skaters deveriam ser todos federados. Se os apoiarmos de uma forma organizada, se sentirem que há uma estrutura organizada que os apoie, o seu rendimento será muito melhor.



B.I.
Nome: Luis Paulo
Idade: 42 Anos

O melhor spot de skate em Portugal: Skate parque da Lourinhã, Odivelas, descida de Portela de St. iria e Casal Ventoso.

O melhor spot de skate no estrangeiro: Skate parque da Vans em L. Angeles, Orange County E.U.A.

O primeiro skate: Land Surf, cor amarelo ( Made in Portugal)

O/A melhor skater:
Tony Hawk
Rodny Mullen

A experiência mais memorável: Numa exibição de Half Pipe com o Tony Hawk, executamos um double, sendo eu a voar por cima dele em (front side indi air e ele executando um smith front site grind), não podia falhar, obrigado Tony!

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